QUEM FOI ADELINO MOREIRA?

MÚSICA POPULAR BRASILEIRA E ENCONTRO DE GERAÇÕES

                     QUEM FOI ADELINO MOREIRA?

        Nelson Gonçalves (1919 – 1998), “o último dos trovadores”, “em matéria de voz, interpretação e carisma, ele situava-se no mesmo nível dos famosos” Francisco Alves, Orlando Silva, Sílvio Caldas e Carlos Galhardo, “os quatro grandes”, seus antecessores da “Época de Ouro” (SEVERIANO, 2017, p.302). Ídolos “maiores” e “populares” de uma era dourada, reis radiofônicos e fonográficos. Nelson Gonçalves, “a partir dos anos 1950 levou adiante o estilo dos colegas” do quarteto dourado (FAOUR, 2021).

        Na tela, no aparelho de som e no palco teatral, “Nelson Gonçalves, o amor e o tempo” é um texto de teatro no qual um Nelson homem/mulher subjetiva as suas sacudidas existenciais, as voltas por cima na vida nada linear de um trabalhador da música. Prazeres e ausências nas passagens temporais de uma existência melodiosa, apaixonada, intensa, de exageros. Na dramaturgia do seu percurso existencial, a fala de um Nelson no chão de estrelas, sob as luzes da ribalta: “Fiquei ausente de mim mesmo. Eu quero voltar a ser quem um dia eu fui. Eu quero voltar a ser quem eu sou. O Nelson Gonçalves, operário das canções de amor” (CHALITA, 2019, p.89).

        As canções e as suas potencialidades reflexivas. Ouvintes e pensantes a partir do repertório musical selecionado. Refletir sobre temas diversos pela via dos discursos musicais. Eis os nortes metodológicos dos nossos encontros em MÚSICA POPULAR BRASILEIRA E ENCONTRO DE GERAÇÕES. Promovemos enlaçamentos artísticos. O “docudrama” “Nelson Gonçalves”, dirigido por Elizeu Ewald remete à audição dos fonogramas cantados pelo seu protagonista. A trajetória sonora de um personalíssimo cantor e a pessoa humana que dá corpo e sustentação ao seu talento artístico. Uma carreira de sucessos e as pedras no seu caminho. Os deuses e os seus crepúsculos.

       “Auto-retrato”, canção composta por Ivor Lancelotti e Paulo Cesar Pinheiro e gravada por Nelson Gonçalves, traduz o seu percurso histórico de estrela musical atravessado por momentos de crises, em especial os ligados ao consumo de drogas. A leitura do citado texto sonoro disparou alguns questionamentos e tópicos para reflexões: 1) Se você for contar a sua vida, dá para escrever um drama sobre ela? 2) Pensemos sobre a roleta russa das nossas existências, seus altos e baixos. 3) Reflitamos sobre os momentos em que sentimos estar perdidos na direção das nossas vidas. 4) Pensemos sobre os momentos em que sentimos estar sendo vampirizados. 5) Algum arrependimento pelo que você fez ou deixou de fazer? 6) Vamos nos permitir, pois não há tempo que volte. 7) Começarias tudo outra vez? Disparos reflexivos gerados do conteúdo musicado. Este é o ponto de partida da exposição dos pensamentos dos(as) participantes do nosso encontro semanal.

CHALITA, Gabriel. Nelson Gonçalves, o amor e o tempo. Barueri [SP]: Companhia Editora Nacional, 2019.

FAOUR, Rodrigo. História da Música Popular Brasileira, sem preconceitos: Dos primórdios, em 1500, aos explosivos anos 1970, vol. 1. Rio de Janeiro: Record, 2021.

SEVERIANO, Jairo. Uma história da Música Popular Brasileira: Das origens à modernidade. São Paulo: Editora 34, 2017.

Deixe um comentário