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VAMO COMER VITTORIO
Nos seus escritos sobre cinema, Caetano Veloso declara o seu “grande amor pelo sentido visual dos italianos”. Caetaneando na sua visão sobre a arte cinematográfica, somos tocados para compreender o que pensam e sentem os cineastas ao criarem as suas obras abertas. Eles são produtores de sentidos visuais. Ao público, cabe interpretá-los. No exercício compreensivo, indago: o que pensou e sentiu Vittorio De Sica ao criar O TETO (1956)? O seu “autor”, ao lado de Federico Fellini e Akira Kurosawa são vistos como criadores autorais, ou seja, “os seus estilos narrativos e estéticos, os seus conceitos ideológicos estão em todas as suas obras” (VELOSO, 2024, p.52).
No seu Neorrealismo, De Sica, em especial, representa “a resistência do frescor e da verdade contra o esquema industrial” do campo cinematográfico. No seu inebriamento com as criações fílmicas italianas, Caetano vai além de uma apreciação estética e amplia o seu ser poliglota: “meu parco italiano vem todo do cinema, não da música”. Na sua amorosa cinefilia, o poeta musical compôs “Giulietta Masina”, a atriz felliniana entre as letras caetanas de uma “tela de luz puríssima” (VELOSO, 2022). Existências destinadas a verem a lunar estrela das “Noites de Cabíria”. Cores, nomes e outras palavras de um cinema transcendental. Cinecittà é beleza pura.
VELOSO, Caetano. Letras. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
VELOSO, Caetano. Cine Subaé: Escritos sobre cinema (1960-2023). São Paulo: Companhia das Letras, 2024.
TELA SOCIOLÓGICA REMOTA: O TETO
DIA: 29/06/2024
HORÁRIO: 09H30
LOCAL: GOOGLE MEET